Breno

É óbvio que eu não tomei remédio algum, e muito menos dormi. Fiquei sentada na cama tentando pensar em tudo até que peguei no sono realmente. Acordei na segunda-feira do dia trinta e um de maio, disposta a ir a escola como se nada houvesse acontecido.

Quando cheguei, a minha única mais especial amiga estava lá. Aline. Fomos para a sala e sentamos no nosso lugar de costume: eu na terceira cadeira da primeira fileira e Ísis na quarta.

Como sempre, Breno chegou atrasado sentando na terceira cadeira da segunda fileira, ou seja; ao meu lado. Não sei por que esse lugar nunca é ocupado por outra pessoa que não seja ele. Talvez um dia eu descubra.

Breno havia cortado o cabelo longo e preto, fazendo um corte parecido com o Di Ferrero do NX ZERO, só que mais bonito(Claro!). Devo confessar que isso realçou seus olhos castanhos que sempre me hipnotizam. 

O que eu não daria para falar com ele... Mais claro, isso é impossível. Nunca um menino como ele se apaixonaria por uma menina como eu. Ainda mais agora, com toda essa maluquice.

Como no dia anterior, eu de algum modo, li os pensamentos das pessoas; pensei que poderia ler a mente dele também. Assim eu saberia se ele gostava de mim ou não . Era uma boa forma de descobrir. Era a maneira menos dolorosa de saber caso fosse apenas um engano meu. Era minha única alternativa. Foi a minha pior escolha!!!!

Que droga!!!!!

Esse menino não pensa nada!!!!!!!

Eu nunca vi uma mente tão vazia!

E tão lerda.

Só pra não mentir, a única coisa que eu consegui ouvir dele foi a música de Bob Esponja – O Filme - .

"Eu sou Amendobobo! IÈÈÈ!!! Você é um Amendobobo! IÈÈÈ!!! Somos Amendobobos! IÈÈÈ!!! Bobo boboamendobobo! IÈÈÈ!!! "

Que idiotice...!!!

E eu ainda dediquei um capítulo só pra ele...

Isso foi frustante.

Frankistina

Para ler o primeiro capítulo clique AQUI

- Eu não sei! – Respondi nervosa

- Não sabe? Como assim não sabe? Você está flutuando, Elisa! Como... Você... Ah... Eu preciso tomar o remédio da pressão!

- Calma mãe! – Gritei

- Calma? Você quer que eu fique calma? Isso é um pouco impossível, quando a minha única filha resolve desafiar a Lei da Gravidade! Desce daí!! – Falou usando toda a sua autoridade de mãe.

- Eu-não-sei-como-descer!!! – Disse

- Da mesma forma que subiu, ué. Tudo que sobe, desce, Elisa. Vai dar uma de burra agora, é? Eu não estou te dando educação para isso!

- OH mãe, chega de drama. Você não acha que se eu soubesse como parar com tudo isso; já havia feito?

- Eu sinceramente não sei . Entro no quarto da minha filha para acordá-la e a encontro dormindo “no ar”... Flutuando enquanto dorme ou sei lá o que... – Ela parou um instante, pensou... E tudo o que consegui dizer foi – Meu Deus!Eu dei luz a uma aberração!

- Peraê, mãe! Vai com calma! Eu também não sou nenhuma Frankistina, não!

- O que é Frankenstina? Ah. Eu já disse pra você parar com essas gírias, assim você não arruma um namorado nunca.

- Em primeiro lugar, Frankenstina é o feminino de Frankenstein; em segundo, foi você que disse “Eu não quero você namorando agora, filha. Você está muito jovem para isso”; em terceiro, que iria querer namorar comigo, mãe? Pirou?

- Não me interessa o que eu disse. E será que nós vamos ter aquela conversinha de novo sobre auto – estima?

Eu fiquei olhando para ela com aquela cara de “Ninguém merece” por que... Putz! Até parece que a minha vida é esse mar de rosas, e então surge esse novo espinho... Enquanto minha mãe reclamava ao pé do meu ouvido (literalmente), eu tentei me acalmar. Foi quando do nada, só se ouviu o Bum!! Caí no chão feito uma jaca mole...

- Ah! Agora você resolveu parar com essa palhaçada! Que bom, porque eu vou te levar a um psicólogo, dermatologista, cardiologista, nutricionista e tudo que tenha o sufixo ISTA!!

Tanto ISTA já estava me dando nos nervos, decidi fechar os olhos de tanta raiva que estava, deixando minhas mãos soltas e relaxadas o melhor possível e advinha o que aconteceu...

Uma História

A partir de hoje estou começando um história especialmente para vocês. Ela ainda não tem nome mas é repleta de emoção e coisas impossíveis. Espero que gostem muito.

Vocês podem até me chamar de durona,insensível mas creditar nesse negócio de imaginação, sonhos e coisas impossíveis é uma total perda de tempo. Eu Toda essa história não existe. Não passa de ILUSÃO. Nós vivemos no mundo real, lugar onde os fatos não deixam de ser fatos para virar histórias em quadrinhos, continhos ingênuos para as crianças dormirem ou então alimentar os seus sonhos mais bestas ainda. É só um refúgio para fugir e se esconder da realidade.

É assim que eu penso, embora muita coisa tenha mudado na minha vida...

++++++++++++

Sempre fui o tipo de garota tímida e CDF da escola. Não faço à popular, nem a mais bonita. A única coisa que eu gosto em mim ou, pelo menos engulo é o meu nome, Elisa.

Vou deixar as apresentações de lado, ao decorrer da história vocês irão compreender tudo. Mas, antes de começar preciso dizer que acreditar naquilo que não se pode ver nem sentir é bom. O impossível às vezes é a melhor escolha. Então acredite!

Tudo pode parecer contraditório ao que eu disse outrora. No entanto, cada tempo é um tempo que modifica opiniões. Existem finais felizes, príncipe encantado ainda que ele não seja tão encantado e perfeito assim mas, terão características que os tornarão únicos e com toda certeza; Super – Heróis ou Super – Heroínas...

++++++++++++

Era uma manhã de sábado. Eu tinha ido ao supermercado comprar frutas. Sempre que vou lá, passo por um terreno abandonado que um dia fora a Fábrica do Poder. Mesmo estando fechada há muito tempo, tenho a leve sensação de que alguém vive lá. Ouço muitos barulhos e ruídos que me foram provados hoje. A Fábrica do Poder já estava velha, quase em ruínas e dá medo só de ver as árvores totalmente secas, que abrem caminho para um bosque bastante escuro e sombrio.

No momento em que passei pelo portão, me bati com um homem fardado, empurrando uma espécie de carrinho com um grande balde de aço. Cai no chão no mesmo instante. O líquido que estava dentro daquela balde derramou em mim, cobrindo todo o meu corpo com uma substância verde e gosmenta.

Naquele instante, eu não soube bem o que fazer então corri, corri muito até a minha casa. Por sorte não havia ninguém lá, o que me poupava das desculpas esfarrapadas e também das mentiras. Subi as escadas em direcção ao meu quarto, tomei um longo banho e dormi. Acordei bem cedo no dia seguinte com os gritos exasperados da minha mãe.

- O que aconteceu com você?! – Ela gritava exasperada enquanto eu tentava encontrar uma explicação com o que estava diante dos meus olhos...

Eu Sou Assim

Por muito tempo eu me preocupei com o que os outros diziam sobre mim. Na verdade, o fator chave era a minha baixa estatura. Mas depois de tanto chorar e lamentar por ter nascido, descobri que nada do que eu estava fazendo iria mudar aquilo que eu denominava um problema. Eu vou continuar sendo baixinha. Eu sou assim.

Quanto mais eu me martilizar com isso, pior ficarei. Até porque, tudo isso é meu psicológico. Ser baixinha não é um problema. E o fato de eu "ser diferente" não irá me tornar pior que qualquer outra pessoa. Ninguém é igual a ninguém. Então cheguei a conclusão de que tempestade não passava de um chuvisco. Superei o bullying e aprendi a me aceitar.

Esta sou eu, goste quem gostar de mim. Não estou aqui para viver em função dos outros ou deixar de aproveitar a minha vida com algo tão insignificante com altura. Amo ser assim, amo que me odeiem e que me invejem porque, como diz um amigo meu: ninguém odeia o fraco ou inveja o feio. Existem motivos para as pessoas fazerem o que fazem.

Pra finalizar, preciso dizer que eu sei o quanto é difícil passar pelo bullying deixando apenas o rastro da nossa conquista e preencher nossas mentes com coisas construtivas para que não venhamos a pensar naquilo que nos pertuba. Mas, a partir do momento que você se permite viver e a se amar tudo muda completamente.

A nossa vida é feita de escolhas. Eu escolhi ser baixinha, linda, inteligente e muito mais! Escolha! Essa é a sua melhor decisão, seu melhor remédio, sua saída, a porta aberta para o mundo das maravílhas...


P.S.: Eu sumi demais!!!! Tava sem net de novo!!! Mas juro, juradinho que vou fazer o máximo para isso não se repetir. Quero agradeçer a Tânia do blog : No Silêncio do Teu Olhar ( Visitem!!!) por ter puxado a minha orelha! Estou com muitas saudades de vocês !!!!
BJS, Dri!

Eu sou 5% ! E você ?

Bona e o Resto

(Da Ellen)

Esse texto eu ganhei à uns dois anos. Minha mãe trouxe pra mim da faculdade. Semana passada quando estava arrumando a minha pasta encontrei-o e resolvi postar pra vocês. Espero que gostem.

"Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de Medicina logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado para aproveitar o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei:

- Prestem atenção porque eu só vou falar uma única vez! Desde que eu começei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de  forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. O interessante é que esta porcetagem vale para todo mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deuxaria apenas os alunos especais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de...

Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar durante todo o semestre. Afinal, quem gostaria de espontaneamente ser classificado como membro do resto? Hoje não me lembro muita coisa  das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueçi. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e desde então, tenho feito tudo para ficar sempre entre os 5%, mas como ele disse, não há como sabermos se estamos indo bem ou não. Só o tempo dirá a qual grupo pertencemos. Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto."