terça-feira, 8 de setembro de 2015

Coragem para amar

Os mais velhos gostam de cantarolar seu passado para nós que estamos chegando. Eles falam das aventuras e loucuras que fizeram, contam do amor que viveram e nós babamos, perplexos e apaixonados por seus contos reais.
Outro dia eu estava conversando com minha avó sobre o verdadeiro amor, e ela me disse que o amor verdadeiro não precisa, necesseriamente,  ser nosso.
"Minha flor", ela disse, "amar alguém vai mais além de estar próximo fisicamente e reunir bons retratos. O amor pode estar perto ou longe, mas independente do endereço, ele é sempre o mesmo.
O amor ainda é aquele arco-íris azul do céu que todo mundor quer olhar. Seria muito bom se todas as pessoas pudessem viver o que ele tem pra dar.
O grande amor da  sua vida, não precisa estar na sua vida para sempre. Seu avô não foi o grande amor da minha vida, ele se tornou com o tempo. Antes disso eu precisei ser o grande amor da vida DELE PRIMEIRO. Porque assim é melhor.
Foi preciso muita coragem para deixar meu grande amor para trás. Mas eu reconheci que merecia mais do que ele queria me oferecer.  E acredite, deixar um homem bom não significa ser infeliz e conhecer um pior. Seu avô foi mais, ele foi melhor em tudo. Sempre será. 
A questão é que amar não é só beijo e abraço. Se trata de um relacionamento entre famílias, mentes, corações. Um laço entre um casal de namorados precisa ser bem construído, para que na fase do casamento ele esteja firmado. 
O homem precisa saber o seu papel e o que ele quer com você.  Ele precisa estar  disposto a tudo. Perder tudo e ganhar muito por você. 
O amor, minha flor, é simples para aqueles que não temem a opinião alheia, a comunidade externa. Ora, o amor não é a dois? 
Eu não quis guerra, por isso deixei o Filipe. Eu  não quis passar por tudo o que passaria e passei para estar com ele. Foi preciso muita coragem, mas eu tive sorte. Alguém, num mundo enorme com bilhões de pessoas de todos os tipos, olhava pra mim..." 
-Eu preciso ir, vovó! - Eu precisei interrompê-la, enfim pude compreender tudo! 
-Para onde você vai?
- Eu vou aceitar aquela viagem e viver o meu sonho. Quem sabe com muita sorte eu me torne o amor da vida de alguém, só preciso de fé. 
- Não, fé você já tem. Você precisa de coragem.


História Fictícia

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Ainda existe amor

O amor é mesmo muito complicado. Às vezes é certo, outras vezes errado. O amor é mesmo uma aquarela, cheia de cores e sabores. Novela. O amor também é triste, cheio de solidão, versos sem rima e sem perdão. E quem não quer ter um amor verdadeiro, cheio de segredos e fluflus pra contar? Ah, quanta satisfação haveria em amar...
Todos os livros de romance parecem muito distantes da realidade, mas quando alguém nos conta sua própria história não tenho vergonha de perder as horas sonhando os contos de alguém. Não tenho vergonha de sentir inveja do amor de novela daquela senhora que conheci. História de princesa.  História de amor. Século XXI.
Então ainda existe aquele amor sem limites que tira nossos pés do chão! Bom, agora sabemos. A parte ruim é que nem todos tem a mesma sorte. Poucos amam até morte. Poucos dão verdadeira atenção. E hoje existe tanta competição! Já não basta o mundo externo: agora Whatsapp, Facebook, Twitter são campeões em destruir uma relação. Que pena. 
No entanto, o amor ainda é amor se você souber amar. Me apegarei a história daquela senhora cheia de sorte, e tantas outras que conheceram o amor em exatidão. Não me esquecerei de pedir à Deus um grande amor pra viver o calor da paixão. Quem sabe se desejarmos muito e acreditarmos o amor que tem o tamanho de um oceano possa caber em nosso coração. 
O amor é aquela faísca colorida que todo mundo quer se queimar...




Inspirado em fatos reais 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Tempo

O tempo, tempo, tempo
Dono dos momentos
Demora pra chegar
Eu não entendo

Onde está
Meu velho amigo vento
Que me ensinou a passar
Sem falar?

Porque o pior sofrimento
É aquele que o tempo
Não pode apagar
Ou falsificar

O amor é mesmo uma droga
Daquele tipo
Que na escola
Não ensinam como não viciar

Oh tempo, tempo, tempo
Seja meu amigo
Venha me visitar
Ou levar pra passear

Quero pular
Para aquele momento
Em que você me faz curar
E (re) amar

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Falsos Cognatos


A gente aprende nas aulas de inglês que os falsos cognatos são aquelas palavras que tem o significado aposto ao que se pronuncia, por exemplo, batom em inglês significa "cacetete", ao invés do objeto em forma de cilindro que passamos nos lábios para adicionar cor. A este material em inglês damos o nome de lipstick. Desta forma, eu poderia transforma as palavras cognatas eu outro falso cognato. Falso cognato no século XXI é toda pessoa que fingi ser o que não é. E temos muitos perfis semelhantes pelas ruas. A capacidade de fingir de maneira fria me intriga. Qual a necessidade de enganar outro alguém? Qual a sensação? Qual o REAL objetivo?

Eu costumava pensar essas coisas quando me lembrava do passado. Bom, aqui estou uma mulher de meia idade, viúva, com três filhos, sentada na varanda de sua casa pensando no passado mais uma vez, sendo cognata ao tentar enganar o cérebro com estímulos que tentam lhe dizer que não estou relembrando, apenas refletindo. Mas foi preciso. Carrego um coração tão cheio de rostos cognatos recheados por palavras, gestos, expressões. Frases, fotos, lugares, músicas que transferem a carga do medo para meus ombros fracos de uma juventude cheia e vazia.

O que ensinar para o meus filhos agora? O que dizer sobre a vida? E quanto às amizades? Bom, eu teria que responder, pois estavam todos sentados à minha frente me questionando porque o ser humano é assim. Então eu enchi meus pulmões de ar numa inspiração forçada e lhes disse:

"Filho, seja honesto e bom. Seja firme e verdadeiro. Saiba usar as palavras de forma correta. Aprenda que tudo pode ser dito se for bem colocado. Não engane as mulheres, não seja rude, não demonstre o que não sente, não minta, não lhes dê esperanças onde não há e não espere o tempo para agir. Filha, seja dotada de sabedoria e compreensiva. Seja firme e verdadeira. Saiba usar as palavras de forma correta e suave. Aprenda que tudo pode ser dito se for bem colocado. Não se deixe enganar pelos homens, mas também não os engane. Reconheça seu poder de persuasão, mas use com prudência. Não minta. Não demonstre sentimento tão cedo. Espere. Pense. Faça. Lute e conquiste seu espaço, mas saiba como se portar em diferentes ocasiões.

Amem. Amem como se o mundo fosse acabar amanhã, mas não permita que o amor os impeça de viver. O amor é um sentimento ímpar. Ao contrário do que pensam não se ama em dupla. O amor é solitário. O sentimento está muito mais relacionado ao cérebro do que o coração. Não esperem atitudes de quem não tem. Não subestimem. Façam amigos, cultivem as boas amizades e reguem as más para que percebam que você é diferente. Ensine-os a ser bom. Mostrem que os falsos cognatos de rosto limpo podem ser verdadeiros e transparentes. Transmitam a verdade.

Vivam. Vivam como se tudo o que tivessem hoje só durasse um segundo, mas mantenham os pés no chão. Eu sei, a vida é dura. O mundo é falso, mesquinho, cognato. Mas estamos aqui. E estamos só de passagem. Deixem que fingam, que mintam, que falem e, em troca, abracem, sorriam e cantem. A vida é curta para ser perdida com os pobres de coração. Aqueles sem personalidade, sem caráter, sem respeito. Sejam o significado verdadeiro, não sejam cognatos”.

Mas, acima de tudo, temam. Temam à Deus de todo o seu coração e os mais lhes será dado. Sejam bons filhos. Respeitem o próximo e à si mesmo. Escutem os bons conselhos, mas também os maus. Saibam filtrar tudo o que é dito e descartem o que não servirá. E ao final do dia, quando tiverem praticado tudo o que eu lhes ensinei, ensinem aos seus filhos para que passem aos netos e formem uma geração verdadeiros cognatos em corpo, mente e espírito”.

sábado, 6 de setembro de 2014

Faltam dez minutos para amanhã

É noite, eu estou sentado na sala de estar com um café quente na mão direita e meus óculos fundo de garrafa na intenção de me sentir mais maduro, ou quem sabe intelectual. Faltam 10 minutos para amanhã e me sinto cansado. Por isso, observo atentamente eles agiram como orquídias sobre mim, tentando roubar tudo que puderem, sugando minhas energias, meus talentos, meu ser. Poderia até me manifestar, mas não digo nada. Talvez seja pelo fato de ter me acostumado por muitos anos a ficar em silêncio, porque é melhor pra conviver.
Faltam dez minutos para amanhã e meu sistema nervoso lembra que há algo errado, sinto um latejar demasiado, parece que bateram com um martelo em minha cabeça durante horas. Não existe remédio para este tipo de dor. É estresse, preocupação. É vontade de fugir e recomeçar num lugar onde ninguém me conheça, muito embora minha sina me persiga onde quer que eu vá. Dizem que alguns de nós nascemos especiais, que temos um dom, previlégios que os outros não têm. Mas é uma carga pesada para se carregar quando é jovem. Existe um turbilhão de pensamentos passando pela mente na velocidade da luz lutanto para sobreviver até que o mais forte nos impulsione a agir de uma determinada maneira sobre aquele fato. Eu até gosto de ser quem sou.  Eu não gosto do que me impõem.
Eu quero que parem de me pedir pra ser um líder, quero que parem de me colocar na frente dos problemas pensando que eu posso resolver todos eles, eu quero que parem de confiar no meu conhecimento e busquem o seu, eu quero ouçam suas próprias músicas e tenham seus própios gostos e só dançem na chuva se assim quiserem. Eu quero que parem de tentar escolher a cor da minha camisa polo e o tom do meu jeans, eu quero que parem de roubar meus hobbies, quero que parem de entrar na minha vida fingindo ser meus amigos apenas para sugar minhas ideias. Eu quero que parem de fingir que me amam, porque eu sei da verdade. Eu quero que parem de fingir ser meus amigos, porque eu sei quem são os falsos, mas, como disse no primeiro parágrafo, só observo enquanto agem como águas-vivas e areias movidiças diante de mim. Eu quero me deixem para que eu possa me libertar.
E o tempo é mal educado. É tão globalizado, capitalista, movido pela era da tecnologia do século XXI. O tempo não tempo para nada. Eu percebo isso, afinal, faltam dez minutos para amanhã e ainda não decidi se vou, enfim, falar ou continuar sendo o mesmo. Ainda não sei se vou lutar ou continuar observando, ainda não sei se vou fugir ou pedir demissão. Ainda não sei se vou ficar ou viver em vão. Eu sei quem sou. Sei que sou movido pelas minhas emoções. Eu sei que amo. Eu sei que o tempo nunca foi gentil. Não me importo, já tenho 72 anos e vivi muito bem. Realizei muito sonhos, não se engane. Mas durante toda essa vida tive muitos problemas com relação aos falsos, aos sugadores. Eles parecem abutres em busca de carne. Isso me deixa impaciente. Não sou carne, não sou doce, não sou salgado, muito menos agridoce. Sou um homem. Normal. Homem. Comum.
Essa poltrona é realmente confortável, esses óculos me fazem refletir. Eu não posso mais mudar muita coisa porque já estou velho e a idade me limita. Então, deixo para a nova geração uma mensagem. Não deixem que suguem seus talentos, cada um deve desenvolver o seu. Não deixem que transfiram seus problemas para você, os seus já são grandes o suficiente. Mas seja gentil e procure ajudar. Não deixe que decidam seu futuro, só você sabe o que quer. E, acima de tudo, se afaste das orquídeas, porque quando se trata da vida, elas parecem ter veneno de escorpião, matam sua alma lentamente ou, às vezes, são fatais. Essas, meu caro, mantenha distância, porque o seu dom é seu, e a sua vida é sua.
Não esqueça, faltam dez minutos para amanhã. Eu ainda vou estar aqui, porque já vivi. Mas você pode fazer diferente. Faltam dez minutos para amanhã, o amanhã é você. Faltam dez minutos para amanhã, não tenha medo, quem é verdadeiro ficará. Faltam dez minutos para amanhã, entretanto, fique calmo, eu não quero te apressar. Faltam dez minutos para amanhã, a vida é o maior presente que Deus dá. 

Por Drizana Ribeiro